Penso, logo descrevo.
Dificilmente quem escreve não é marcado pelas palavras, palavras que são faladas, caladas e transgredidas. Palavras que tatuam não apenas o corpo, mas a alma. Palavras que dissipam, que saram, que curam, mudam e transmudam. A palavra dita, dura para sempre. Quem pensa fala, quem fala nem sempre pensa, mas a palavra ela tem sentido e significado, palavras não são apenas palavras, palavras são identidades, são ideias, são culturas e são valores. A palavra nem sempre para ser co mpreendida ou entendida, precisa ser pronunciada ou escrita, porém gestos e atitudes falam no silêncio das palavras. As palavras criaram uma barreira entre o acreditável e o inacreditável, palavras norteiam a razão, que educa a fé. As palavras tocam o inconsciente, que disparam para o consciente. Ao mesmo tempo que ela tem o poder, ela apenas se torna frágil. As palavras são vitais, possuem alegrias e dores, as palavras mentem, mordem, ferem, escorrem, faz perder, faz ganhar, faz recomeçar, ordenam, submetem, morr...